quinta-feira, 25 de outubro de 2012

E da espera nasceu Frank Vercauteren


A espera acabou ao 19.º dia, depois de derrotas com FC Porto e Moreirense. O belga Frank Vercauteren, 55 anos, foi anunciado pelo Sporting como treinador até ao final da época podendo depois, dependendo do sucesso, prolongar a ligação ao clube.

Não é um nome consensual, como nenhum seria, e escapa ao rol de que os fanáticos do sportinguismo foram juntando às primeiras horas sem Sá Pinto. Não há Valverde, não há Scolari, não há Adriaanse, há um belga que tem como bandeira do currículo os três campeonatos belgas: dois pelo Anderlecht e um pelo Genk.

Há dois pontos essenciais a discutir: a capacidade de Vercauteren para ter sucesso e as razões da demora. Sou, por defeito, um sportinguista compreensivo. Mais do que os títulos, gosto da filosofia que Vercauteren parece assumir. As ideias-chave no ataque parecem ser ao estilo de Jorge Jesus, com uma clara aposta no 4x4x2 clássico ou no 4x1x3x2. Futebol de ataque, responsabilidade máxima, exigência no trabalho e futebol pressionante. A partir de amanhã, teremos longas dissertações na comunicação social dos seus talentos (como é habitual com todos os que chegam), mas espero que seja possível continuar. Mais não seja porque individualmente este Sporting é o melhor dos últimos anos.

As razões da demora? É ingrato falar disso. Gostava que fosse anunciado logo a seguir ao jogo com o FC Porto? Claro. Haveria todo um conjunto de vantagens, especialmente desde a familiarização com os jogadores e o ataque aos jogos decisivos com Moreirense e Genk. Mas não, demorou e comprovou uma teoria que fui desenhando. Godinho Lopes está mais preocupado com o futuro do que com o presente. As condições de sustentabilidade não são apenas a nível financeiro mas também desportivo. Imaginemos que Vercauteren chegava a seguir ao jogo com o FC Porto e, por inúmeras razões possíveis, também era eliminado pelo Moreirense e não conseguia vencer na Bélgica. Com apenas dois jogos, teríamos um treinador que já tinha sido eliminado da Taça de Portugal e que tinha concluído o funeral nas competições europeias.

Por isso, Godinho Lopes preferiu preservar a imagem do treinador. Começa a trabalhar a 30 de Outubro (contrato tem exactamente oito meses, arredonda os pagamentos) e estreia-se no Bonfim com o Vitória de Setúbal.

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